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* 05/09/2007
Foto: Luciano Lanes / PMPA
Oficina ensina a lida campeira para as novas gerações
Como encilhar o cavalo, quais os utensílios para a montaria e a reprodução de um sítio do interior do Estado são as atrações do Piquete Campeiros do Morungava, no Acampamento Farroupilha deste ano. A indumentária de montaria é o tema central do Projeto Cultural da entidade, que está presente desde 2002 no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
Uma oficina ensina a ferrar o cavalo e o uso dos apetrechos da encilha. O objetivo é passar o conhecimento campeiro para as novas gerações. A entidade foi premiada em 2005 com o troféu de piquete mais original do evento. A presença de diversos animais num pequeno espaço contribuiu para destacar este galpão. No local, há galinhas, jegue, vaca, cavalo, cães, pônei, porco, ovelhas, além de uma caturrita que canta o hino do Grêmio. Há também objetos inusitados como um cupinzeiro e porongos.
A idéia de criar um ambiente campeiro teve por objetivo representar exatamente a morada dos idealizadores, localizada na região de Morungava, em Gravataí. Sônia Rocha, uma das organizadoras do piquete, lamenta a presença de luz elétrica. “Realmente é indispensável, mas o ideal seria iluminar apenas com lampiões”, comenta.
* 06/09/2007
As Raízes do Rio Grande é o tema do Projeto Cultural do Piquete 38, idealizado por funcionários da Polícia Federal. Na oficina, ministrada por Telmo de Lima Freitas, é contada a história do Estado, que remonta à aproximação de dissidentes e renegados que lutaram pela liberdade e irmandade dos povos. Cita exemplos como batalhas da Revolução Farroupilha que fortaleceram um grupo que tinha o pampa como interesse comum e primava pela descentralização do poder.
O patrão do piquete, Claiton de Souza Azi, conta que a “cultura nativista, nos dias de hoje, se torna um meio de integração para uma relação saudável e amena”. O piquete 38 conta com o lema Porteira Aberta. Funcionários de outros estados, de outras culturas, se aproximam para criar um ambiente familiar embasados nos ideais igualitários. O galpão é um dos que mais se preocupam com a presença de cavalos, organizados em quatro baias.
* 10/09/2007
Foto: Ivo Gonçalves / PMPA
Oficina ensina a confeccionar as cinco marias
Uma brincadeira antiga promove a integração de pessoas de todas as idades. O 1º Campeonato de Cinco Marias é um projeto cultural do Piquete das Gurias, dentro do Acampamento Farroupilha. Idealizado pelas coordenadoras do piquete, Rosmari de Castilhos e Iara da Rosa, a proposta é resgatar a história deste jogo tradicional.
A idéia central é proporcionar antigas brincadeiras campeiras desenvolvendo a convivência em grupo e maior integração entre os participantes, explica Iara. “Não são só as crianças que se interessam, os adultos relembram a infância e se divertem, participando do jogo”, ressalta.
Cerca de doze crianças participaram da abertura da oficina, para fazer a confecção dos brinquedos, que até o dia da competição estará disponível para o público. Todos os saquinhos de tecido têm um tamanho específico e são preenchidos de arroz ou areia. O jogo inicia quando um dos participantes solta as cinco marias e o adversário escolhe por qual ele começa a tirar sem mexer as outras. Nas primeiras quatro etapas, o jogador tem que pegar o número respectivo de marias de acordo com a fase. No final, vence quem demonstra mais habilidade com as peças, acumulando pontos.
O 1º Campeonato de Cinco Marias será no dia 17, das 17 às 19h, subdivido em três categorias: mirim, juvenil e sênior. O prêmio é uma cesta com produtos artesanais e um kit de cinco marias. O piquete das Gurias fica no lote 299, atrás da Câmara de Vereadores.
* 13/09/2007
Foto: Luciano Lanes / PMPA
Cores e nós nos lenços indicam usos e significados
O lenço é parte essencial da indumentária do gaúcho. Inicialmente, era utilizado na cabeça, mas a partir de revoluções políticas no Rio Grande do Sul passou para o pescoço com uma conotação mais representativa. O projeto cultural do Piquete Parceria Gaudéria remonta a história deste adereço, que começa a partir da Revolução Federalista. Os gaúchos utilizavam o lenço como forma de distinção partidária. Ainda hoje as cores mais usadas são branco e vermelho, mas sem conotação política.
Segundo Carlos Alberto Santos da Silva, patrão do piquete, o lenço representa uma parcela importante na história dos usos e costumes do gaúcho. Ele ensina que existem distinções de cores e nós. O lenço vermelho era identificado com os revolucionários farroupilhas (maragatos) e posteriormente com o Partido Federalista (1893). A cor verde era dos partidários do Império (pica-paus), mais tarde o general Flores da Cunha, ao fundar o Partido Republicano Liberal, adotou o lenço branco (chimango). O preto representa o luto. Todos os lenços devem ser lisos, com exceção do carijó (xadrez miúdo).
São muitas as formas de atar o lenço. O nó quadrado é o mais comum, e foi consagrado com o presidente Getúlio Vargas, por isso recebe também o nome de nó getulhista. Alguns sugerem sentidos maiores, como o nó do namoro, que, quando separado, indica que o peão está solteiro. O nó cruz utiliza-se em cerimônias religiosas. Além destes, muitos foram sendo criados ao longo do tempo, mas muitos são apenas variações. (Veja os tipos de lenços e suas amarrações, na página do gaúcho, clicando aqui).
Como o tema do Projeto Cultural do piquete é Usos e Costumes do Gaúcho, o galpão mostra mais do que os tipos de lenços. Nas paredes do galpão encontram-se quadros que ilustram a evolução da indumentária do gaúcho desde do início do século 19 até os dias de hoje. Além disso, o piquete conta com tertúlias musicais à noite.
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